quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Posso demitir um senador?

O ex-presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, em entrevista ao Jô Soares, em seu Programa do Jô, da Rede Globo, veiculado na madrugada do dia 18/09/2008, comentou uma frase do Jô, que eu achei bem pertinente:

" _ Posso demitir um senador? " Disse o Jô, para exemplificar um raciocínio do FHC, do porque empresários bem sucedidos, não necessariamente, seriam os melhores gestores públicos.
Jô Soares comentou que essa era uma pergunta recorrente de alguns executivos cotados como bons candidatos.

FHC explicava porque grandes e bem sucedidos empresários não necessariamente seriam os melhores politicos. O fato de serem bons administradores de suas empresas, não implica em que seriam os melhores administradores de uma cidade, estado ou país.
Pois ao contrário de uma empresa, em que se um funcionario não presta um bom serviço, não colabora para a implementação de uma idéia, é incompetente, etc., o empresario pode demiti-lo.

Porém em politica, não.

Se um senador, deputado, etc, não coaduna com suas idéias, mesmo que essas sejam a melhor solução para um país, o mesmo pode atrapalhar sua administraçãoo e você não pode simplesmente despedi-lo.

Governar/administrar um país é bem mais complexo que uma empresa. Há que se fazer acordos, negociar votações, etc...

Enfim, não basta por o Bill Gates na presidência do Brasil, para que o mesmo seja um sucesso tal qual a Microsoft.



Fernando Henrique Cardoso


Jô Soares



quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Amo a Internet

Eu adoro, sou fanático mesmo pela internet. Acho que é a invenção mais libertária e, talvez, a mais poderosa, já criada. E por isso mesmo é o pesadelo de todos os governos totalitários, ditadores e que vira e mexe, tentam controla-la, censura-la, "regulamenta-la" (morro de medo que um dia consigam). Que fique claro que não defendo crime (e criminosos), pela internet.

Temos acesso a documentos/arquivos que nos informam, educam, esclarecem, ilustram, nos divertem, nós conscientizam, nos enriquecem... E tudo isso sem precisar sequer sairmos de nossas casas. E acessíveis de qualquer parte do mundo (desde que não esteja em um país controlado por tiranos malditos e megalômanos).

Como, sem o auxilio da internet, teriamos essa facilidade e, o mais importante, essa liberdade de informação!? E de comunicação!?
Sem contar todos os outros beneficios (tesouros) nos proporcionados pela internet.

Eu tenho um sonho (essa frase não me é estranha :>)), que por motivos comerciais, de segurança, e de privacidade, acho que nunca se realizará (O problema maior que eu vejo é a justa remuneração pelo trabalho dos autores. Afinal todos pagamos pra viver, né), que é um dia, toda e qualquer produção humana possivel de digitalização (documentos, fotos, videos, musica, livros, revistas, filmes, esportes, etc...), ficasse disponível na internet a quem se interessar (e de graça, ou a um preço acessivel a seres humanos, que não tenham contas secretas em em paraísos fiscais).

Poxa, já pensou tudo que foi e for produzido pela humanidade, estar disponível a todos a qualquer momento!!?? Seria inestimável.

Taí, se tem uma causa pela qual eu pegaria em armas, seria pela defesa da existência, e da liberdade total e irrestrita da internet e de seu livre acesso por qualquer cidadão do mundo, caso algo ou alguem um dia (toc, toc, toc) queira extingui-la, censura-la, restringi-la ou "regulamenta-la". :>)

"Às armas, irmãos!!!" :>)
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Europa Film Treasure

Este texto não é de minha autoria. Apenas o publico/reproduzo aqui em meu blog por acha-lo inteligente e/ou relevante, de modo a divulga-lo para o máximo de pessoas possível, com o intuito de que outros também possam dele extrair algum benefício e sem fins lucrativos. Caso os proprietários dos direitos do mesmo não concordem com essa publicação/reprodução, basta manifestar-se nos comentários que os excluirei.

Boa notícia para os cinefílos

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Fonte: http://www2.uol.com.br/historiaviva/noticias/cinemateca_no_computador.html

09 de setembro de 2008
Cinemateca no computador
por Graziella Beting

Mais de 30 cinematecas e arquivos europeus se uniram num projeto que vai deliciar os cinéfilos e interessados na história do cinema. Essas instituições criaram um site, o Europa Film Treasures, que traz 53 filmes inéditos e raros, produzidos entre 1898 e 1970, restaurados, sonorizados e disponíveis com legendas em espanhol, inglês, francês, italiano e alemão.

Há um pouco de tudo: comédia, com As surpresas do amor de Max Linder, um dos primeiros westerns de John Ford (Bucking Broadway), de 1917, ficções do espanhol Nemesio Manuel Sobrevila, filmes higienistas contra o alcoolismo da Fundação Rockefeller feitos pelo desenhista Marius O’Galop (1918), além de grandes reportagens e documentários dos mais diversos tipos.

Os filmes vêm acompanhados de fichas e textos explicativos, escritos por especialistas e historiadores de cinema. A visualização é gratuita, com boa definição em tela cheia, mas os filmes não podem ser copiados no computador. Até o fim do ano a Europa Film Treasure pretende colocar no ar cerca de 100 filmes – e promete quintuplicar esse número até 2012. – G. B

Clique no link abaixo para acessar o site do Europa Film Treasures ,
www.europafilmtreasures.eu

Graziella Beting é jornalista e tradutora
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terça-feira, 2 de setembro de 2008

Watchmen

" Who watches the Watchmen? " (" Quem vigia os Vigilantes? ")

[ Aviso! O artigo abaixo contem "spoiler" ]

[ Spoiler
Significado literal:
Spoiler é uma palavra inglesa que vem do verbo "spoil", estragar. Pode ser traduzida como "estraga-prazeres" ou "desmancha-prazeres" (sendo este mais comum em Portugal), e é usada para definir revelações de fatos importantes da trama de filmes, televisão, livros e jogos.
fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Spoiler ]



Os " Watchmen "; do topo em sentido horário:
Doctor Manhattan, o Comediante, Ozymandias, o segundo Coruja Noturna, Rorschach, Capitão Metropolis (do grupo de Vigilantes " The Minutemen ", e a segunda Espectral.
Arte de Dave Gibbons, colorido por John Higgins.


Com a proximidade da chegada da adaptação de Watchmen as telonas de cinema, resolvi finalmente ler essa famosa história em quadrinhos (ou Graphic Novel, como preferem alguns), obra escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons.
Watchmen é uma série publicada originalmente em doze edições mensais pela editora norte-americana DC Comics entre 1986 e 1987.

Gostei bastante, embora tenha algumas ressalvas que exporei mais adiante.

Alan Moore cria um universo em que pessoas comuns se fantasiam e partem para o combate ao crime. Porém diferentemente dos tradicionais herois de quadrinhos que são 100% honestos e integros e com motivações nobres, os herois de Moore apresentam todas as falhas de caráter inerentes ao ser humano. Alías alguns deles poderiam ser classificados de qualquer coisa, menos de heróis.
Alguns partem para essa "carreira" por vaidade, outros por glória e dinheiro, outros pelo gosto pela violência, e alguns por pura megalomania. Com excessão de um, nenhum deles tem superpoderes, tanto que não se denominam de super-heróis e sim de Vigilantes. Eles são seres humanos comuns que no máximo treinaram bastante o corpo em artes marciais e fazem uso de apetrechos que os auxiliam no combate aos criminosos. São todos eles espécies de Batman, exceto, como já disse um deles, o Doutor Manhattan.

Doutor Manhattan é o único real super-herói, e que tem uma origem parecida com os tradicionais super-heróis de HQ. Ele foi vítima de um acidente em um laborátorio que o transformou praticamente em um Deus (o que me incomodou), com habilidades de alterar a matéria, modificar a sua própria estrutura, vencer guerras, se teleportar, inclusive entre planetas, ver o futuro e o passado, alías o tempo para ele não existe. E é exatamente nessa sua habilidade com o tempo que reside aquele que é, em minha opinião, o ponto fraco da trama.
Alan Moore, quis criar uma obra em quadrinhos sobre heróis e super-herois que fugisse dos clichês do genero.
Clichês tais como: heróis de caráter ilibado, motivações nobres, vilões que explicam todo o seu plano ao herói antes de pô-lo em prática e com isso possibilitando que o herói possa evita-lo, etc.



Mas Moore faz uso de um expediente, que, ao meu ver, mancha sua trama, e que vem a ser, uma falha no poder do Dr. Manhattan de ver o futuro. Convenientemente o poder de antever o futuro de Dr. Manhattan sofre uma interferência, em um momento chave, que lhe impede de ver com clareza acontecimentos relevantes que se sucederão.



Essa interferência é causada pelo vilão; mas a posibilidade de ser causada, foi bem "conveniente", não!?


Abro aqui um parêntese para discorrer um pouco mais sobre o Doutor Manhattan e demais super-seres (vilões ou heróis) absurdamente poderosos.
Nunca gostei de super-seres, cujo os poderes fariam até o Todo Poderoso, Deus, tremer as pernas, caso tivesse que enfrenta-los. São seres tão estupidamente poderosos
que não vejo como poderiam ser derrotados. No entanto o são. O fato de possuirem tanto poder acaba forçando à criação de um oponente tão ou mais poderoso ainda que eles. Ou então força à criação de uma conveniente fraqueza que se manifestará, será descoberta, mais convenientemente ainda, no momento mais propício para tal. Em geral são derrotados por um ser infinitamente débil em relação a ele.
Evidente que super-herois ou super-vilões, devem, sim, ter um poder sobre-humano (óbvio, senão não seriam super, né!?), mas, para o meu gosto em particular, que não extrapolassem demais as capacidades humanas. Que não os tornassem deuses. Sou muito mais um super-ser como o Homem-Aranha do que um como o Super-Homem, para o qual teve que ser criada a rídicula fraqueza/vulnerabilidade às "trocentas" variedades de multi-coloridas kriptonitas.

A existência do Dr. Manhattan, em minha opinião,
é o grande ponto fraco do enredo engendrado por Alan Moore. Embora a sua ausencia impossibilitasse grande parte do contexto conflituoso no qual a trama se passa, a sua presença retira, em minha opinião, o tom de realismo que Moore quis incutir à sua saga, a torna menos verossímel, beirando o infantil. Creio que seria mais fascinante e criativo um universo em que houvesse heróis mascarados/fantasiados em nossa sociedade, mas que fossem homens comuns, que simplesmente, por motivos pessoais, aliado a um pouco de loucura misturada com vaidade, partissem para o combate ao crime.
Mas Alan Moore, que é absurdamente mais poderoso do que eu no talento para a escrita, provavelmente fez as escolhas corretas, haja visto o sucesso obtido por sua obra e o fato de eu estar escrevendo sobre a mesma e não o contrário. :>)

Algo que me chamou a atenção, também, na trama de Watchmen, foi a ausência de Vigilantes negros (ou de qualquer outra raça que não a caucasiana ). Não que tenha me incomodado ou que eu considere uma falha/fraqueza da série, nada disso, só me chamou a atenção. Não sei se há nesse detalhe, a ausência de Vigilantes não-brancos, alguma mensagem subliminar de Moore, uma significância oculta, sutil..., um preconceito velado, uma crítica a uma ou outra raça. Se há não percebi, mas não pude deixar de notar essa ausência.

Fecho aqui esse enorme parêntese.


Além dessa "interferência", que é para mim, o ponto mais fraco do enredo (mas que de forma alguma desmerece essa memorável HQ), outra coisa de que não gostei foi da arte e cores de Dave Gibbons e John Higgins. Mas não obstante isso seja pura idiossincrasia minha, o fato é que não gostei dos traços de Dave Gibbons, da "textura" dos desenhos, do visual dos ambientes/cenários. Mas o que mais me desagradou foram as cores. Achei feias, pouco realistas, desagradáveis de se ver. Mas, como disse, isso é muito subjetivo.

Quero falar agora do meu Watchmen favorito: Rorschach


Rorschach

O sofrido, perturbado e tragicamente fascinante Rorschach.
Rorschach foi levado à vigilancia pela sua infância pobre, sofrida e violenta. Essa violência vem principalmente de sua mãe; uma prostituta, mas principalmente uma mulher desprezível que o despreza e lamenta não te-lo abortado; mas também dos vizinhos, e é especialmente marcante o momento chave do nascimento do embrião do que viria mais tarde se tornar o vigilante Rorschach. O pai ele nunca soube ao menos quem era.
Rorschach é talvez o unico verdadeiro herói de Watchmen. A despeito de seu inegável desequilibrio mental, é o único que está na "profissão" por idealismo. Ele é o único que se mantem íntegro, que realmente está nesta para extirpar os criminosos, o mal da sociedade. Ele não tem objetivos de enriquecer, de ser aclamado, ser amado. Sua motivação, fruto das injustiças sofridas desde a infância, é realmente punir os criminosos. Porém seus métodos não são dos mais louváveis, digamos assim. Ele não se furta a usar de violência para chegar aos seus fins e parece nutrir um imenso ódio pela humanidade, que nada mais é do que um reflexo ao ódio e ojeriza que a essa mesma humanidade lhe dispensa. Fica evidente, também, o seu moralismo sexual, ele nutre verdadeiro desprezo pelas companheiras de profissão de sua mãe, por aqueles que recorrem a esses serviços e pela disseminação da pornografia. Muito provavelmente, é virgem.
Totalmente desprovido de vaidade, ou mais provável, totalmente indiferente às opiniões alheias a respeito de sua aparência e ao fato de não possuir bens materiais que possam despertar o interesse do sexo oposto. Ele não faz questão nenhuma de amealhar riquezas/bens que lhe proporcione uma vida confortável, alías, nem creio que tenha inteligencia, formação profissional/educacional e talento para se tornar um provecto e rico senhor. Mesmo porque acho que ele mesmo não almeja esse destino para si.
Acredito que o fim que desejasse para si mesmo, seria morrer crivado de balas durante uma sangrenta batalha contra criminosos estupradores, que também morreriam vítimas de seus golpes e disparos durante essa carnificina... mas divago!
Enfim, Rorschach, é em minha opinião, o personagem mais fascinante de Watchmen. Aquele de gênese mais tocante, mais sofrida, e o único pelo qual derramei lágrimas. Maldito Doutor Manhattan!!!

" None of you understand.
I`m not locked up in here with you.
You`re locked up here with me. " Rorschach

" Nenhum de vocês entendeu.
Eu não estou preso aqui com vocês.
Vocês estão presos comigo. " Rorschach

Embora, tenha publicado muita informação importante e reveladora da trama de Watchmen (eu avisei no início), elas não passam da ponta de um iceberg diante da riqueza dessa obra de Alan Moore, que criou uma obra obrigatória para qualquer amante de quadrinhos, alías, para qualquer amante de literatura. Se você ainda não leu, corra, adquira logo seu exemplar que, creio, não se arrependerá.

" Who watches the Watchmen? "


Assista abaixo o trailer da adaptação cinematográfica, dirigida por Zack Snyder




The Minutemen (Foto do filme de Zack Snyder):
Espectral (Silk Spectre), Coruja Noturna (nite Owl), Capitão Metrópolis (Captain Metropoles), Homem Mariposa (Mothman), Silhouette, Comediante (Comedian), Dollar Bill, Justiceiro Encapuzado (Hooded Justice)


Ficha no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0409459/