segunda-feira, 30 de março de 2009

Engenheiros de tráfego e o ribeirão Arrudas

Em Belo Horizonte, Minas Gerais, o ribeirão Arrudas atravessa praticamente toda a área central/comercial de nossa capital.
Costuma transbordar durante o período das chuvas, causando inúmeros problemas, tragédias e até mortes. Apesar de provavelmente ser um problema de dificil solucao; evitar tragédias oriundas das intempéries; há uma tragédia que poderia ser facilmente evitada... as mortes por quedas dentro do leito, cimentado, do Arrudas.

Ocorre que o parapeito que margeia o rio é muito baixo, abaixo até da linha da cintura de algumas pessoas, em alguns trechos [ da minha linha da cintura (0,80 m aproximadamente), por exemplo, que tenho 1,75 m de altura] . E fora do período de chuvas, somente uma fina lámina de água corre sobre o leito, e esta não é suficiente para amortecer o impacto do choque contra o leito do rio. A propósito, a água que corre no mesmo, é imunda, visto que os esgotos de BH são despejados, sem nenhum tratamento nas águas do ribeirão. Meus parentes mais velhos, dizem que houve época em que era possível nadar e até pescar no ribeirão Arrudas, visto que o mesmo tinha águas cristalinas e ricas em vida áquatica. Atualmente, caso voce se banhe, propositalmente ou não, em suas águas, muito provavelmente será agraciado com alguma patologia, além de sair enfesado de dentro do mesmo. Enfezado; tanto na acepção mais conhecida que significa, aborrecido, "puto"; como na acepção que segundo alguns linguístas, também, se aplica ao verbo enfezar: cheio de fezes.

ATUALIZAÇÂO (em 18/04/2009):
Para ser justo, devo salientar que atualmente, parte do ribeirão Arrudas, encontra-se coberto, após a construção da linha verde. O que minimizou bastante a incidência de acidentes. Porém há trechos, inclusive próximo ao Parque Municipal Américo Renné Giannetti, em que há alta frequencia de crianças, que continua descoberto e com o fatídico parapeito baixo.

["O projeto Linha Verde, lançado em 24 de maio de 2005, é o maior conjunto de obras viárias em Belo Horizonte e região metropolitana nas últimas décadas. O empreendimento inclui intervenções nas avenidas Andradas e Cristiano Machado e na Rodovia MG-010. Uma via de trânsito rápido, com 35,4 km de extensão, irá ligar o centro de BH ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves."]
Fonte: http://www.linhaverde.mg.gov.br/conheca/index.php?pag=1

Isso já causou varias mortes aqui em Belo Horizonte. Pois qualquer distração, um tropeço, um escorregão e você pode se estatelar contra o leito ( cimentado, não se esqueçam) do rio. Uma queda que pode ser fatal ou causar serias injúrias físicas, pois a profundidade, que não sei exatamente qual é, é suficiente para tanto (logo abaixo, depois desse texto há fotos, que ilustram e demonstram o risco a que estamos sujeitos).

Eu mesmo, já quase cai uma vez, quando senti uma leve queda de pressão, quando caminhava proximo ao leito, após uma travessia de rua.

Recentemente, há uns 5, 6 meses atrás, um casal (que coincidentemente eram conhecidos do meu irmão) que estava em uma moto, despencou dentro do rio, quando o piloto se desviou de um veículo, que segundo alguns o "fechara" levando a moto a se chocar contra o parapeito e seus corpos serem arremessados dentro do leito. O piloto morreu de imediato após o choque contra o leito, a moça ainda resistiu por um tempo após o resgate pelos agentes do corpo de bombeiros, mas faleceu posteriormente no hospital. Várias outros acidentes, fatais ou não, já ocorreram. O risco é maior ainda para crianças (naturalmente curiosas, aventureiras e sem total noção do perigo), idosos e naturalmente, bêbados.

Não consigo entender qual o critério que levou os (ir)responsáveis pela construção do parapeito, a construi-lo tão baixo. Visto que, se o mesmo tivesse no mínimo 1,50 m, em toda sua margem situada dentro da área central/comercial, que é onde se concentra um grande fluxo de veículos e pessoas, com certeza o número de acidentes fatais, seria reduzido a praticamente zero.
Inclusive, o acidente, que citei, com a moto, muito provavelmente, não resultaria em duas mortes. O casal, provavelmente, se machucaria bem, mas quase com certeza, ainda estariam vivos.

Não sou engenheiro de tráfego, arquiteto, engenheiro civil, ou tenho qualquer outra qualificação correlata à área da construção civil (que, salvo engano, se aplica a este caso). Portanto pode haver algum motivo técnico, que desconheço, que tenha levado a construção de parapeitos tão, criminosamente, baixos. Caso algum especialista da área venha a ler este texto, e saiba, caso haja, de algum motivo técnico, que impeça parapeitos mais altos, por favor publique nos comentários.

O que eu possuo é um mínimo de conhecimento de física e capacidade de dedução (além de experiência de vida), para inferir, que bastaria um pouco mais de bom senso na hora da construção, para se chegar a conclusão de que na altura em que está, esses parapeitos são mortais.
Consumiria mais recursos (leia-se dinheiro público), a construção de parapeitos mais altos? Com certeza. Mas, qual um dos usos que deve ser dado ao dinheiro público (dinheiro que sai do meu e do seu bolso)? Não seria promover a segurança de sua população!?
O que é melhor? Mais correto? Gastar-se menos e consequentemente ceifar vidas, ou gastar-se mais, mas poupar essas mesmas vidas!?
E por favor, não me venham com esse papo de que não há verba. Verba há sim, mais do que suficiente. O que falta é honestidade e real preocupação com o bem estar da população, por parte de alguns homens públicos. Mas isso não é novidade, não é mesmo!?

Por favor, caso alguém venha a ler este texto, e o ache procedente, divulgue-o entre amigos, conhecidos. Vamos fazer um boca-a-boca, e até um abaixo assinado, para que esse erro seja sanado e outras fatalidade não mais ocorram.

Clique nas fotos para amplia-las.


Vejam a altura do parapeito. E há trechos em que ele é ainda mais baixo.


Notem o leito cimentado do ribeirão e imaginem o estrago que uma queda sobre o mesmo pode causar a uma pessoa.


Mais uma.

As três fotos acima não são de minha autoria. Encontrei-as após uma busca pelo Google. Segue abaixo o endereço original das mesmas:

http://portal.sitraemg.org.br/view/fotos/10/DSC07549.JPG

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7f/RibeiraoArrudas.jpg

http://media.photobucket.com/image/rio%20arrudas%20de%20belo%20horizonte/astronautabh/linhaverde/PB270349.jpg

As próximas, já foram tiradas por mim mesmo. Pretendo ainda tirar mais algumas fotos para ilustrar este texto/denúncia/desabafo, em angulos que demonstrem melhor os meus argumentos (estas tirei hoje, 12/04/2009), sozinho e meio apressadamente.




Notem como o parapeito (ou "parapé"?) está mais abaixo ainda do que a minha virilha.


Neste trecho o casal da moto perdeu a vida.

Há anos venho querendo me manifestar sobre a altura desse parapeito.

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Agora um outro fato que também não entendo. Por que os engenheiros de trafégo afunilam as pistas de rolagens em alguns trechos!?
Explicando melhor. Há alguma vias, aqui em Belo Horizonte, MG; e acredito em outras cidades brasileiras, também; que as pistas são largas, com espaço para dois carros ou mais, no mesmo sentido. Porém chega em um ponto, em geral na área central, em cruzamentos, pontes, etc, em que ela, a pista, se afunila, permitindo a passagem de somente um carro por vez. Consequência disto? Engarrafamentos, batidas, lentidão no trafégo de veículos, buzinas (poluição sonôra), motoristas e pedestres estressados...
Bem acredito, que seja para evitar acidentes fatais decorrentes de uma alta velocidade, que possivelmente os motoristas (em sua maioria, prepotentes e egocentricos... enfim babacas, mesmo) imporiam em seus veículos, caso a pista mantivesse-se larga em toda sua extensão. mas o resultado é um transito cada dia mais insuportável em BH.