domingo, 13 de março de 2011

Rebeldes, com contas pagas

Há pessoas que acham que softwares devem ser de graça.
Alías, que tudo deve ser gratuíto.
Eu gostaria também :).

Nada contra quem queira ceder gratuitamente seu software (ou qualquer coisa que possua, produza), fruto do seu trabalho, tempo, suor.

Confudem o termo "free" de "Software free", com grátis.
No entanto este termo cujo o significado é, entre outros, (segundo o dicionário Vicon):

adj. livre; independente; liberto; acessível; vago; grátis; voluntário; imune

E no caso da expressão "Software free" no universo da informática, é o descrito na Wikipédia:


Software livre, segundo a definição criada pela Free Software Foundation é qualquer programa de computador que pode ser usado, copiado, estudado e redistribuído sem restrições. O conceito de livre se opõe ao conceito de software restritivo (software proprietário), mas não ao software que é vendido almejando lucro (software comercial). A maneira usual de distribuição de software livre é anexar a este uma licença de software livre, e tornar o código fonte do programa disponível.

Todos temos que pagar contas. Se vc não paga, tem alguém pagando por você. Isso é fato. E trabalhar de graça, não paga suas contas.
E fazer softwares gratuitos (ou seja tabalhar de graça), não vai pagar nossas contas no fim do mes.

Infelizmente, precisamos de rendimentos, pra sobreviver (principalmente numa sociedade capitalista). Você come, bebe, tem computador, consome enfim; você ou alguem tem que pagar a conta.

Essa filosofia de software gratuitos é pra quem já está com a vida ganha, ou tem quem pague suas contas.

O simples ato de escrever/publicar aqui nesse blog já é um trabalho, que eu faço gratuitamente, por gostar de escrever, contribuir (ou ao menos tentar), para enriquecer a internet, que tanto me dá, inclusive gratuitamente (e não me refiro a pirataria).
É minha forma de pagar/contribuir/retribuir àqueles que também me enriquecem, fornecem, seus conhecimento, trabalho, produtos livre e gratuitamente pela internet afora (esse patrimonio inestimável da humanidade). E principalmente, porque tenho outra fonte de renda.

Então não vejo nada de imoral em se lucrar com seu software; o que pode ser feito indiretamente, via propaganda, tipo o google, facebook, e até a Microsoft faz, ou via suporte técnico ao produto, etc. Obvio que não pagar, ou suportar propaganda, seria melhor pro usuário final. Mas quem vai pagar as contas de todos os trabalhadores envolvidos?
Tudo bem que se forneça gratuitamente um outro produto, pra se ganhar com outro.

Não confudam gratuíto com livre, com o codigo aberto. O codigo pode ser free/open, mas pode gerar receita, pra quem o produz, a menos que o cara não precise de dinheiro pra viver (e não viva do dinheiro de outro, né?). Numa sociedade capitalista se você trabalhou (para benefício de outrem) tem que ser remunerado. Eu não trabalho de graça, pois a companhia telefonica, de internet, energia elétrica, gás, comida, etc, não vão me fornecer de graça, em solidariedade por eu trabalhar de graça.

Ser contra o capitalismo, com as contas pagas pelo papai, e a comidinha feita pela mamãe, com internet banda larga (paga pelo papai), jogando no PS3 (ou xbox, wii...), usando roupas/calçados de marca, computadores com processadores intel, AMD, Nvidia, etc...é facil, não!? :)

Alías, nem diria fácil, diria, ou hipocrisia, ou alienação, ou ignorancia de como seu notebook foi produzido e foi parar em suas mãos.

P.S.

Não defendo o capitalismo desumano, sem preocupação social, com trabalho semi-escravo, sem remuneração justa, participação nos lucros, distribuição de riquezas, etc. E sou a favor de ajudar os menos afortunados a ingressar no mercado de trabalho/estudo/saúde/vida digna, etc, e tentar acabar com as injustiças sociais. Só devemos ser realista né.