Star Wars: A Ascensão Skywalker (2019)
Star Wars: Episode IX - The Rise of Skywalker (original title)
12 | 2h 22min | Action, Adventure, Fantasy | 19 December 2019 (Brazil)
https://www.imdb.com/title/tt2527338/?ref_=nv_sr_srsg_0
Se eu fosse resumir "Star Wars, Ascensão Skywalker" em uma palavra, seria: Correria.
E a saga como um todo: Praticamente ninguém (relevante) realmente morre...
ATENÇÃO, essa analise terá SPOILER de "Star Wars: A Ascensão Skywalker"
Algo que considero frustrante em qualquer obra (cinema, livro, etc.) é a morte não ser definitiva. E morte definitiva significa nunca mais ter nenhuma forma de contato, de interação, de relacionamento com aquela pessoa. No máximo você terá lembranças, recordações da pessoa, ou poderá ver/ouvir registros áudio-visuais que tenham sido feitos por ou sobre aquela pessoa. Mas sem interação, sem poder ter um relacionamento físico real com a pessoa falecida. Se a pessoa, de alguma forma, pode voltar após sua "morte", por que essa morte deveria ser algo chocante? Que me impactasse? Que causasse comoção? Por que o risco de alguém morrer me causaria alguma tensão, alguma apreensão, medo... ?
E agora (não lembro de ter havido isso antes na saga), em "Ascensão Skywalker" eles podem interagir até fisicamente com o mundo dos vivos, como mostrado quando o "fantasma" de Luke pega o sabre de luz que fora arremessado por Rey. Enfim, mais vivo do que eu.
Ah! Lembrei, o "fantasma" do Yoda, destrói o templo Jedi de Luke no episódio 8 (Tem mais algum caso???).
E é o que ocorre com as personagens relevantes de toda a saga Star Wars, praticamente ninguém, realmente morre, que retornam como entidades "fantasmagóricas", espectros, enfim, voltam. Senão vejamos (os que estou lembrando agora):
1 - Obi Wan Kenobi, retorna como "fantasma";
2 - Yoda, retorna como "fantasma";
3 - Darth Vader, retorna como "fantasma";
4 - Qui-Gon Jinn, retorna como "fantasma";
5 - Imperador Palpatine, retorna como "fantasma";
6 - Leia, retorna como "fantasma";
7 - Luke Skywalker, retorna como "fantasma";
8 - Deve ter mais alguns... principalmente se formos considerar o universo expandido (que não acompanho (já vi uma coisa ou outra esporadicamente), por ter uma vida pra viver, contas, estudos, família, relações, etc. :). Como Darth Maul, que voltou com metade do corpo somente (com a desculpa que não tinha realmente morrido ao ser partido ao meio e despencado naquele abismo).
Há algumas exceções (por enquanto, né): Amidala/Padmé, Han Solo.
Nooo!!! O Chewbacca morreu!!! Ah! Mas ele volta, nem que seja como "fantasminha"! Então tá de boa. Ou seja, pra que se preocupar com a possibilidade de alguém morrer?!
Pra ser justo com Star Wars, essa "imortalidade" não é exclusividade de Star Wars, vários outros filmes, series, etc. também utilizam desse artificio "surpreendente". Mas não deixa de ser frustrante, desapontador, anti-climax.
Utilizado com parcimônia e muito, muito esporadicamente em casos muito, muito excepcionais, e dentro de regras, limites, leis limitadoras daquele universo pode ser um artificio surpreendente e catártico. Mas quando em qualquer ocasião, à conveniência do roteirista/diretor é usado, perde totalmente a eficacia, efeito extasiador.
Força "Anabolizada"
Outra coisa que frustra. Poder ilimitado. A força está cada vez mais poderosa, sem limites, tudo é possível a ela de acordo com a conveniência do roteiro, ou, também, de acordo com a conveniência, nem tudo é possível. Dessa vez há até teletransporte da matéria, cura, ressurreição... É legal um herói, e vilões, com superpoderes, mas se não há um limite, um ponto a partir do qual esse poder não pode passar, caímos novamente na frustração como da imortalidade. Ou seja, de acordo com a conveniência esse poder pode ou não resolver impossibilidades apresentadas... enfim, qual a graça? O que temer? Pelo o que ficar tenso, apreensivo? Por que temer por alguém?
Claro, que, na grande maioria dos casos, sabemos que o herói não irá morrer, que o vilão irá ser derrotado. Mas quando há limites claros da extensão do poder de ambos, isso gera uma tensão, uma torcida pelo mocinho. No fundo, não pela sua sobrevivência, mas de como, dentro dos limites dos poderes, ele se safará. De que engenhosidade fará uso para sair vitorioso. Enfim. Quando tudo é possível, nada é impossível, e com isso perde-se a catarse. Qual a graça? Qual a surpresa? Qual a recompensa?
[Catarse: Sob a óptica da psicanálise, catarse é o experimentar da liberdade em relação a alguma situação opressora, tanto as psicológicas quanto as cotidianas, através de uma resolução que se apresente de forma eficaz o suficiente para que tal ocorra. https://pt.wikipedia.org/wiki/Catarse]
Falo mais sobre a frustração da magia, poderes, "força" nessa outra postagem do meu blog:
A "magia" em Game of Thrones e obras similares.
http://womni.blogspot.com/2012/05/game-of-thrones.html
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E o próprio George R.R. Martin tem suas ressalvas em questão à magia:
Game of Thrones, Omelete Entrevista George R.R. Martin
Autor fala sobre o início dos livros, quando aceitou transformá-los em série para TV e o que mais tem gostado do programa
Nesse trecho o autor toca na questão da magia/fantasia:
"...Eu queria dar o sentimento de maravilhas e mistérios, dar ao leitor coisas que ele não teria no mundo ordinário e mundano da ficção mas, ao mesmo tempo, isso pode arruinar um bom livro de fantasia. Quando a magia é excessiva ou é apenas jogada na história, sem contexto, ela pode acabar tomando o livro. De repente, tudo gira em torno da magia, o drama inerente da condição humana é perdido e os personagens resolvem seus problemas apenas com um encantamento ou com o acenar de uma varinha. Ter magia de uma forma contida é algo que pode ser feito e eu tentei fazer o melhor que pude, mas isso requer muitos cuidados. ..."
http://omelete.uol.com.br/series-e-tv/game-thrones-omelete-entrevista-george-rr-martin/
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