terça-feira, 25 de março de 2008

Eu não sou adolescente e nem tento parecer um

Não consigo entender essa supervalorização do jovem, e mais especificamente dos adolescentes. Alguns adultos tem uma preocupação em parecer jovem, em estar "antenado" com o linguajar, o gosto musical, cinematográfico, etc dos "jovens". Têm um medo de parecerem velhos, desatualizados, obsoletos, fora de moda. Ficam desesperada e pateticamente tentando acompanha-los.

A impressão que me dá é que para essas pessoas, os adolescentes são quem governam o mundo, criam, geram riquezas, são quem realmente valem a pena seguir e tomar como exemplos, em suma, gurus que guiam o mundo rumo ao que há de mais moderno e relevante, tornando-o assim melhor para se viver e muito mais divertido.

É obvio que há vantagens e beneficios em se ser jovem (toda idade traz vantagens e desvantagens) e uma das vantagens é exatamente não ter que ter responsabilidade com praticamente porra nenhuma. Ou seja, não se tem que produzir para auferir rendimentos que garantam seu sustento ou de outrem, podem viver exclusivamente voltados para o proprio umbigo e para os "brothers" de sua galera. Contas??? Isso é preocupação para os "coroas".

Na realidade a maioria desses jovens são um bando de alienados, semi-alfabetizados, "reclamões", egocentricos, arrogantes, verdadeiros sorvedouros de dinheiro (dos seus responsáveis), não criam/produzem nada de útil para sociedade, não respeitam o próximo (acham que o bairro inteiro é obrigado a escutar/gostar da música que os mesmos gostam) e ainda se presumem os donos do mundo que merecem ter todos os desejos satisfeitos. A soberba personificada. Há ainda os adolescentes "gados". Aqueles sem personalidade própria, sugestionáveis por qualquer um com uma personalidade que seja ligeiramente mais forte que a sua. Porém em sua maioria só se influenciam por porcaria (drogas, "rachas", bebidas, largar os estudos, etc.)

Porém, quando o "bicho" pega (uma divida, uma multa, um "galho" qualquer com a policia, uma batida com o carro, uma morte causada pelo mesmo), aquele video-game de ultima geração, aquele tenis "irado", o onipresente celular e sua respectiva conta pra pagar, etc, etc, etc... quem resolve a "parada" é o "obsoleto (a)" "coroa" que aí, nessas horas, já não são tão obsoletos assim, né!?

Agora eu me pergunto por eu devo, aos 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90 ... anos tentar emular um adolescente??? Tirando o obvio vigor fisico, em que mais eles são superiores a um adulto? Quem produz, cria, governa, legisla, executa, trabalha, pôe as engrenagens do mundo pra rodar são as cabeças (muitas já embranquecidas e nem por isso menos capazes e criativas) e corpos dos que já não são mais garotinhos com as contas pagas pelos papais.

Na realidade eles é quem devem nos seguir, e é o que na prática ocorre. Afinal quem é que pôe no mundo tudo o que eles idolatram? É um adolescente quem criou e produz o celular, o carro, o computador, o aparelho de som de "trocentos" watts de potencia, aquele tenis "irado", aquela guitarra, etc, etc, etc...

Obvio que radicalizei, sempre há excessões, mas foi para enfatizar o quanto idiota é querer parecer e se comportar como um adolescente eternamente. Isso pra mim é regredir, é exatamente o oposto de ser moderno. Ou ser moderno é negar, abrir mão de toda sapiência, malicia, experiência, habilidades, talentos, sabedoria, etc; que so a idade traz???!!!

Eu não sou adolescente e nem tento parecer um. Já passei por essa fase. Evolui.

2 comentários:

Claudia Araújo disse...

mais ´pessoas deveriam pensar assim. ta na hora de murchar a bola desses inúteis.

Ammie disse...

Realmente, na verdade ainda sou considerada uma adolescente por lei e pela sociedade. Mas te juro que nunca nunca na minha vida pareci uma, muito menos fui uma criança normal.
Eu amo ler de tudo, não me preocupo com garotos, e vivo a refletir sobre a vida (é um dos meus trabalhos prediletos).
Quando criança tinha plena consciência que devia estudar (e graças que ainda tenho!), e por volta dos meus doze anos fiz minha primeira frase a qual encaro sendo filosófica: "O mundo é como você o vê". E é verdade absoluta.
As pessoas me chamam de estranha, anormal, diferente. Porém vou sempre encarar como um elogio. Todos são diferentes, mas ninguém aceita isto...se houvesse uma campanha falando que todos são diferentes, seria de melhor aceitação pelo povo.
Em terra de anormal, quem é normal é que é diferente. No meu caso estou em uma terra que é de pessoas achando-se normais e prejudicando os anormais.
Claro que sempre existem exceções, mas ainda não compreendo, qual a graça de ser chamada de adolescente? Sempre tive medo de quando fosse adolescente me rebelar e ser diferente de um jeito negativo, mas nada mudou para pior.
Deixo amigos a frase do nosso caro Alexandre Dumas (autor de os 3 mosqueteiros): "Todas as generalizações são perigosas, inclusive esta".
Fiquem em paz :)